Acabei atrasando um pouco as postagens do blog e não compartilhei nossa primeira oficina nas aldeias, que foi excelente! Essa etapa é para qualificar ainda mais o pessoal para que participem das próximas etapas… afinal, o projeto só existe se todos participarem de tudo. As interações se deram de forma muito tranquila, eles foram bem receptivos desde o início do projeto e assim o foi nesta etapa que apresento. Cheguei sendo apresentado por pessoas próximas que trabalham com eles em diferentes projetos, o que facilitou bastante a aceitação do projeto por eles. Geralmente me comunico via os coordenadores Tupinikim e Guarani, Jocelino e Marcelo Wera Djekupe, que replicam as informações e ajudam a organizar e divulgar os eventos do nosso projeto. E assim Jocelino fez com nossa primeira oficina, voltada para os Tupinikim. Abaixo o cartaz da oficina e os coordenadores.
No começo da oficina eles ficaram tímidos, achamos até que seria complicado trabalhar com eles, principalmente por nossa oficina ser também prática. Outro fator é a faixa média de idade, que girava em torno de 13 a 15 anos, apesar da presença de alguns mais velhos e até professores da escola de Caieiras Velha! Contudo, ao longo dos primeiros minutos, nós começamos a brincar mais e o gelo foi sendo quebrado, eles se soltaram e se mostraram participantes disciplinados e divertidos.
Temos certeza de que a oficina atingiu o objetivo esperado, plantamos a semente na cabeça deles e ensinamos as técnicas básicas para produção audiovisual. E a galera pareceu bem empolgada para continuar produzindo, vários deles nos perguntaram incessantemente quando será a próxima oficina. Os oficineiros também não veem a hora da próxima acontecer!
Estivemos refletindo sobre o projeto e as características dele, percebemos que não se trata de comunidades que enfrentam problemas econômicos tão sérios, pois são sérios, mas sim tem lidado com problemas socio-políticos complexos durante os últimos anos. Esses problemas socio-políticos são intrinsecamente relacionados com as expressões artístico-culturais, que é o foco do nosso trabalho, portanto, posso dizer que o diferencial é conseguir desenvolver um trabalho que respeite os códigos existentes nesses âmbitos e contribua no sentido de reforçar a música, a dança, o artesanato, a cultura.
Digo a vocês, foi cansativo, prazeroso, enriquecedor e gerou grande satisfação para todos os envolvidos. Estamos certos que proporcionou um ótimo começo de projeto. E em breve colocaremos o vídeo que eles produziram aqui, para que vocês assistam! Outra coisa que digo é que já fizemos outra etapa sair do papel, extremamente significativa para o Linguagens da Terra e que conseguimos desenvolver com êxito! 🙂
Acompanhem, visitem-nos!